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Observações de diversas naturezas, profundidades e extensões.
Diretamente daqui de dentro, pra chegar aí dentro 💛

Brilha, seu diamante louco

O álbum Wish you Were Here, do Pink Floyd, contém diversas mensagens pra um ex-membro fundamental na história da banda: Syd Barret.

O Syd era a mente criativa por trás do jeito novo de fazer música que o Pink Floyd propunha, ainda lá nos anos 60.

Eventualmente, a banda se tornou famosa, e chegaram as gravadoras, os contratos e as pressões.

O Syd, sensível que era, teve dificuldade de lidar com aquilo tudo. Mais de 30 anos depois, o Roger Waters e o David Gilmour confessaram que não ajudaram muito e acabaram o pressionando também a se moldar nos conformes da indústria musical.

E eis que um dia, numa viagem de LSD (que muitos músicos da época usavam), o Syd não voltou mais.

Especula-se que ele tinha alguma condição neurológica anterior (provavelmente algum tipo de esquizofrenia).

Mas o fato é que ele saiu do ar.

A realidade se tornou insuportável pra ele. E ele se desconectou. Pra sempre.

O álbum Wish you Were Here faz críticas explícitas ao modelo moedor de carne da indústria musical da época – quando sentaram pra compor o disco, eles já nem sabiam mais se eram músicos ou homens de negócios.

Quando até as pessoas mais privilegiadas em conseguirem se expressar da forma mais espontânea são, invariavelmente, colocadas dentro de uma caixa e pressionadas a performar de acordo com as expectativas de alguns, a gente se pergunta seriamente sobre em que estado de anestesia psíquica estamos todos vivendo.

O Syd era sensível, talentoso, carismático.

É quase uma unanimidade que ele era o melhor da banda.
Mas ele talvez fosse um pouco ~demais~ pra caber nas caixas.

Dói pensar nos talentos incríveis que a gente sufoca, dia após dia, nesse culto à normalidade, nessa expectativa de previsibilidade e controle, nessas máquinas de moer almas que funcionam a todo vapor em todos os cantos do mundo.

A minha pintura altamente amadora, na foto, é inspirada na 1ª faixa desse álbum, Shine on You Crazy Diamond (algo como “BRILHA, seu diamante louco”).
Meu lema de vida.

Faça questão de usar o que você tem, como pode.
Fica aqui com a gente.

O mundo pode ser ignorante demais pra saber, mas ele PRECISA do que você tem pra nos dar.

Se cuida bem.

Com amor,
Carol Milters 💛

Carol Milters
Carol Milters

Escritora, Investigadora & Facilitadora
Saúde Mental no Trabalho, Síndrome de Burnout, Workaholismo & Escrita Reflexiva


Autora dos livros, "Minhas Páginas Matinais: Crônicas da Síndrome de Burnout" e Um Passo Por Dia: Meditações para (re)começar, sempre que preciso idealizadora da Semana Mundial de Conscientização da Burnout, do grupo de apoio online Burnoutados Anônimos e conselheira do Instituto Bem do Estar.

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