Você já deve ter ouvido falar da história de Davi e Golias.
Da luta do gigante contra o pequeno.
Eu carrego essa história como uma inspiração imensa pra algumas situações da minha vida, em que me sentia pequena frente a quem estava do outro lado.
Aprendi (apreendemos) que o Golias era definitivamente o mais forte e que Davi estaria em desvantagem no combate.
Mas, na verdade, é provável que Golias tivesse uma série de fraquezas: algumas análises da história denotam que ele provavelmente tinha dificuldade de locomoção e também era meio cego.
Já o Davi, em sua aparente pequenez, escondia um poder imenso: ele tinha um manejo extraordinário da tal da funda usada pra dar o golpe mortal no Golias.
Muitas vezes, o tamanho é uma ilusão de ótica.
E a gente deixa de ir pra luta por se achar pequeno demais.
Essa semana, Matheus Pires foi Davi.
Cirúrgico.
Eloquente.
Sereno.
O Golias, trazendo consigo toda a embriaguez intelectual da elite brasileira, tenta quebrar o espírito do Davi e não consegue.
O Golias da cena que correu o país representa, na minha visão poética e esperançosa, alguns dos podres poderes que tentam se impor no grito, na intimidação e no acúmulo de riqueza e de poder – poderes, esses, que já prolongaram demais o seu mandato.
A @michelleobama, primeira-dama do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, falou em seu documentário para um grupo de jovens, também negras:
“A gente não pode esperar o mundo se tornar igualitário pra se sentir vista.
Estamos longe disso.
Vocês precisam encontrar as ferramentas dentro de vocês para se sentirem visíveis e para usar suas vozes.”
Não há como evitar que Golias atravessem o nosso caminho, achando que o mundo (ainda) pertence a eles.
Mas há, sim, como estudar profundamente a nossa mira,
trabalhar profundamente na nossa força.
E, quando a hora chegar,
dar no meio da testa de quem não merece a estatura que tem.
Com amor e gratidão ao exemplo do @matheuspiresdd,
Carol Miltersteiner 💛