Quando uma pessoa vai embora, uma família inteira chora.
O vírus e suas variantes tem nos tirado parentes,
amigos, conhecidos e desconhecidos pelo mundo inteiro.
Tem nos tirado a liberdade de ir e vir.
Nos impedido os encontros,
nos privado dos abraços,
e colocado no lugar uma dor e um medo que não parecem ter fim.
O que nos cabe fazer com isso tudo?
Talvez respirar,
talvez escrever,
talvez relembrar.
Eleanor Roosevelt escreveu,
na introdução do Diário de Anne Frank,
“o mal maior de uma guerra
é a degradação do espírito humano.”
Mas ela também diz
da incrível capacidade que temos de seguir adiante
mesmo – e inclusive – quando parece impossível.
Estamos em uma guerra
e precisamos cuidar da saúde,
cuidar dos nossos,
e principalmente,
cuidar do nosso espírito.
Quando uma pessoa vai embora,
uma família inteira chora.
Que a memória de quem (e do que) não volta nos acalente,
não nos perturbe,
que o nossos espíritos consigam se reconstruir.
E que encontremos formas de seguir adiante.
Carol Miltersteiner