Finalmente, começa a ganhar espaço a perspectiva de que a #SíndromedeBurnout é muito mais um sintoma da nossa sociedade do que uma fragilidade individual.
Excelente ver a capa da @folhadespaulo Ilustrada com a resenha do livro “I can’t even”, da Helen Anne Petersen.
No livro, ela explica como a geração millennial nos EUA se tornou a geração Burnout. Após décadas de progresso econômico e consumo desenfreado, os EUA começaram o século XXI vendo crescer crises de diversas ordens. O retrato dos EUA, potência econômica e cultural das últimas décadas, reflete em muitos aspectos a realidade do ocidente como um todo – especialmente o Brasil, que tanto quer ser Estados Unidos.
As incertezas trabalhistas, a flexibilização das relações de trabalho (onde empresas ainda tem a mão muito mais favorecida do que colaboradores), as injustiças sociais, o aumento na desigualdade, o aquecimento global e a exposição às telas e algoritmos estão afetando nossa saúde mental de forma inédita.
Entender o Burnout como um problema sistêmico não é vitimismo, tampouco deslocamento de responsabilidade: é compreender que nosso esforço individual sempre será insuficiente, que a realidade lá fora é injusta e caótica. E que precisamos nos cuidar pra sobreviver a ela, mas não só isso – também, quem sabe, juntos, possamos transformá-la pra que as gerações futuras consigam florescer.
Com amor,
Carol Milters 💛