Reportagem especial no Universa UOL
Publicada em: 04 de julho de 2022
Reportagem: Fernando Barros
Existe vida após a síndrome de burnout. É com essa máxima que a escritora Carol Milters, 34 anos, celebra sua jornada e busca inspirar outras pessoas. Natural de Porto Alegre (RS) e publicitária de formação, ela desenvolveu a doença, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, duas vezes. A primeira foi entre 2014 e 2015, quando atuava no Rio Grande do Sul, e a segunda, em 2017, trabalhando na Holanda, onde vive desde então. Em seu primeiro episódio de burnout, Carol tinha 26 anos e cuidava de um serviço de consultoria estratégica em uma empresa de tecnologia e marketing.
Em seu primeiro episódio de burnout, Carol tinha 26 anos e cuidava de um serviço de consultoria estratégica em uma empresa de tecnologia e marketing. Ela havia acabado de assumir a gestão de uma equipe e acumulava responsabilidades em uma rotina dividida entre reuniões com clientes, gerenciamento de projetos e diversos problemas operacionais para resolver. Além disso, sempre estava disponível para gestores, colegas e clientes por e-mail, telefone e skype, numa lógica de trabalho “always on”. A empresa estava crescendo rapidamente e, enxergando ali uma oportunidade de se destacar e ser reconhecida, Carol ficou obcecada pelo trabalho.
Contribuiu para isso o fato de estar num ambiente em que ser workaholic era não só permitido como também incentivado. Ela trabalhava diretamente com pessoas que eram viciadas em trabalhar e havia um culto interno de que ser assim era o melhor: era sinônimo de força e capacidade. “Responder um e-mail às 2h da manhã era um sinal de que você se importava com a empresa. Ir embora do escritório todos os dias antes das 19h era visto como falta de dedicação, como um colaborador que só está ali para bater ponto”, conta Carol, em entrevista a Universa.