Eu tenho trauma em ser “brilhante”.
Durante diversos momentos da minha vida,
ter usado a minha voz,
a minha capacidade intelectual
e os meus talentos
me trouxeram mais danos do que benefícios.
Eu perdi amizades.
Fui humilhada,
manipulada,
temida.
Inventaram coisas sobre mim,
inúmeras vezes.
Ainda hoje,
toda vez que algo de muito bom me acontece,
eu te confesso que ainda não sei bem como reagir.
Uma parte minha morre de medo que,
de novo,
as pessoas me deixem pra trás.
Que quem esteve até aqui comigo me abandone.
Que eu me torne irreconhecível a mim mesma.
Experiências traumáticas redefinem a forma como a gente se enxerga –
e sem o apoio necessário, isso pode se tornar permanente.
Eu hoje me dou conta de que ver uma ação bem-sucedida e receber um elogio me causa um efeito retardado estranhíssimo.
Graças à terapia,
às coisas que leio e estudo continuamente,
eu consigo enxergar e lidar com esse medo.
Eu não consigo evitá-lo –
mas consigo, eventualmente,
dar nome pra ele e,
com sorte,
torná-lo um pouco mais dócil comigo.
Será que você também não tem medo de que dê certo?
Com amor,
Carol Miltersteiner 💛
Este post tem 2 comentários
Me sinto assim, nunca tinha pensado dessa forma. Fez todo o sentido. Medo de brilhar … quais vão ser as consequências? Qto mais vou ter que entregar? Valeu! Tema pra minha terapia.
Olha a coincidência, Eli: eu escrevi esse texto justamente na época que entrevistei a Isa Mitterer pra falarmos sobre EMDR! Foi uma fase bastante transformadora na minha vida. Um beijo, minha querida! 💛