Pra ser dona do meu tempo, eu precisei abrir mão de muita coisa.
Precisei abrir mão do salário.
Da independência financeira.
Do consumismo desenfreado.
Faz três anos que eu não tenho dívidas – a não ser com meu pai, que me emprestou uma grana quando eu saí da empresa no Brasil sem receber nada, pra que eu pudesse me refazer.
O máximo que eu tenho é uma conta de cartão de crédito pra pagar no final do mês – e que consiste basicamente em licença de software 😜
Quando eu ganhava um salário imenso, eu já tive nas minhas costas um financiamento de carro em 5 anos e de uma casa, em 30 anos.
Tinha prestações a perder de vista de coisas que eu não precisava de verdade, mas que o meu entorno me sinalizava que, pra pertencer, eu deveria comprar também.
Eu era tão obcecada pela minha independência financeira e pelas minhas possibilidades de consumo, que entendo porque fui parar no outro extremo, vulnerável.
Eu precisei da porrada pra aprender sobre como o mundo funciona.
Pra entender que meritocracia é uma mentira conveniente.
Pra entender que a gente vem sendo ensinado há décadas que o nosso valor pessoal está diretamente ligado a duas coisas: o quanto a gente PRODUZ e o quanto a gente CONSOME.
A gente é ensinado que, quem não consome, ou não produz (nos moldes valorizados na atualidade), não vale nada.
Mas isso é mentira.
Entender o meu valor intrínseco em um momento em que eu fui totalmente desprovida de capacidade de produzir E de consumir foi essencial.
Hoje eu não sou financeiramente independente.
E esse era o aprendizado que eu mais tava precisando.
Não sei como vai ser o futuro.
Mas hoje, eu ostento ser dona to meu tempo.
HOJE, essa é a minha maior riqueza.
Eu desfruto do privilégio IMENSO de poder sentar no sol numa terça-feira , de tirar uma baita soneca numa sexta-feira, de escolher o que e quando fazer de acordo com o meu ritmo, a minha vontade e a minha energia.
Qual é a tua maior riqueza hoje? 💛