Participação para o programa especial sobre Síndrome de Burnout, exibido na Record News em abril de 2022, junto à psiquiatra Danielle Herszenhorn Admoni.
Veiculada em: 23 de abril de 2022
Apresentação: Gustavo Toledo
Produção: Beatriz Figueiredo Quintas
O Brasil está entre os oito países que têm a maior prevalência de Burnout e é sobre este tema que o Estúdio News vai falar neste sábado (23).
“A gente não considera uma doença, não falamos que o Burnout é uma síndrome, falamos que é uma condição. É o esgotamento profissional, a hora que pessoa já não tem mais condição de continuar naquela situação de trabalho”, explica a psiquiatra na Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), Dra. Danielle Herszenhorn Admoni.
A publicitária e autora do livro “Minhas páginas matinais: crônicas da síndrome de Burnout”, Carol Milters, conta como foi passar por isso e ressalta a importância de se ter o ponto de vista de quem estuda, de alguém da área da saúde que consiga buscar as causas e tratamentos.
“Eu tive um episódio de Burnout em 2014 e em 2016, e me mudei para Holanda buscando mais qualidade de vida, buscando um trabalho que não fosse me adoecer, mas como eu não tinha tido entendimento lá atrás que era isso que estava acontecendo comigo, eu mudei de país, comecei em um emprego novo e em alguns meses tive um episódio muito pior.”
Com relação às questões trabalhistas, Danielle Admoni alerta: “não estamos falando de alguém parar de trabalhar ou produzir menos, mas produzir de maneira adequada, porque ninguém produz sob pressão, e o funcionário entra nesse ciclo, ele acha que precisa fazer mais, que precisa dar conta de mais, ele não dá conta, produz cada vez menos e o empregador cobra cada vez mais, até que finalmente ou o funcionário é demitido ou acaba se afastando ou pedindo demissão do trabalho”.
A publicitária, que hoje vive na Holanda, afirma que devido à cultura de produção as pessoas se culpam quando percebem a redução de produtividade com o distanciamento do trabalho mas, geralmente, não enxergam estar nesta condição.
“Em geral essa pessoa não percebe que está assim, quem percebe mais é quem está de fora, os colegas de trabalho, a família, enfim. Estamos falando de uma questão de saúde mental que traz um impedimento muito grande, as pessoas se afastam por conta disso, se aposentam por conta disso, deixam de trabalhar”.