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Teste: como está a sua relação com o trabalho?

Teste como está a sua relação com o trabalho a partir da análise das oito área estratégicas: identidade, carga de trabalho, autonomia, comunidade, recompensa, justiça, descanso e desconexão e sentido.

Neste artigo

4 minutos de leitura

Mais de metade da força de trabalho mundial está com sintomas de esgotamento profissional.
O trabalho remoto apagou as linhas já tênues entre vida pessoal e profissional.

As incertezas trabalhistas, a flexibilização das relações de trabalho (onde empresas ainda tem a mão muito mais favorecida do que colaboradores), as injustiças sociais, o aumento na desigualdade, o aquecimento global e a exposição às telas e algoritmos estão afetando nossa saúde mental de forma inédita.

Entender a síndrome de Burnout como um problema sistêmico não é vitimismo, tampouco deslocamento de responsabilidade: é compreender que nosso esforço individual sempre será insuficiente, que a realidade lá fora é injusta e caótica. E que precisamos nos cuidar pra sobreviver a ela, mas não só isso – também, quem sabe, juntos, possamos transformá-la pra que as gerações futuras consigam florescer.

O trabalho não precisa nos esgotar.
É preciso repensarmos a nossa relação com o trabalho.

Nesta página, você aprende mais sobre as áreas estratégicas da relação com o trabalho e encontra, ao final, uma autoavaliação baseada no framework proposto pela pesquisadora e psicóloga social, dra. Christina Maslach, para analisar se você se encontra no espectro do engajamento ou do esgotamento.

As áreas estratégicas que predizem engajamento ou burnout

Em anos de estudos nos EUA e no mundo, a dra Maslach encontrou uma correlação entre essas áreas e o engajamento ou esgotamento da equipe. Ainda, ela comprovou que é possível prever, de acordo com o nível de compatibilidade dessas áreas com cada colaborador, em cada área da organização, se a equipe está engajada ou em risco de burnout.

Combinando a pesquisa da professora Maslach com as inferências iniciais do psicanalista Herbert Freudenberger, que desenvolveu o conceito clínico de burnout nos anos 70, com as minhas duas experiências de esgotamento e os relatos do grupo de apoio, eu ouso propor a inclusão de duas áreas igualmente estratégicas ao composto: identidade e descanso & desconexão.

Como as organizações adoecem seus trabalhadores e qual seu papel diante da síndrome de burnout Carol Milters
Adaptado de: Banishing Burnout: Six Strategies for Improving Your Relationship with Work Christina Maslach e Michael P. Leiter, 2005

O modelo funciona da seguinte forma: quanto maior a compatibilidade entre o que o ambiente de trabalho oferece e o que seus colaboradores priorizam como importante, mais engajada estará a equipe. Por outro lado, quanto maior a incompatibilidade, maiores as chances de afastamentos por estresse e burnout.

Cada área estratégica tem seus sub-itens, e aqui você encontra um questionário de autoavaliação da relação com o trabalho partindo desses itens. Partindo deste framework, o papel da gestão direta e indireta se torna identificar quais os pontos de maior incompatibilidade entre as práticas atuais e as demandas das equipes e endereçá-las de forma estratégica.

Um exemplo dado pela própria dra. Maslach: uma equipe de uma das organizações consultadas por ela apresentou uma pontuação altíssima de incompatibilidade no quesito recompensa. Ao investigar este ponto, entendeu-se que a organização oferecia uma premiação que parecia ser uma excelente ideia para reconhecer talentos. No entanto, as equipes não tinham clareza das regras da premiação e tudo parecia uma grande politicagem. A iniciativa foi substituída por outras estratégias de recompensa, mais transparentes e compatíveis com as expectativas das equipes, e após um ano o score de recompensa melhorou sensivelmente.

Saiba mais sobre o papel das empresas no artigo Como as organizações adoecem seus trabalhadores e qual seu papel diante da síndrome de Burnout

Autoavaliação: faça aqui o teste e reflita sobre como está a sua relação com o trabalho

A autoavaliação leva de 5 a 10 minutos para preencher, é confidencial e leva em consideração as oito áreas estratégicas mencionadas acima. Faça o teste abaixo ou clique aqui.

Pontuação e faixas de resultados

O score máximo da autoavaliação é 142.

Você pode revisar as respostas no seu e-mail para observar quais áreas pedem mais sua atenção.

0 – 11 pontos: Você tem uma ótima relação com o trabalho.

12 a 40 pontos: A relação está boa, mas existem algumas incompatibilidades importantes.

41 a 70 pontos: Você tem diversas incompatibilidades. Reflita sobre os aspectos mais sensíveis para reduzir esse score.

71 a 100: Você está precisando ter uma DR com seu trabalho. Existem incompatibilidades significativas e isso pode impactar sua saúde física e mental, seu rendimento e sua satisfação.

Acima de 101: você está muito perto da pontuação de incompatibilidade máxima. Sua relação com o trabalho está bem problemática e demanda uma intervenção. Busque apoio profissional e avalie a viabilidade da sua permanência neste ambiente.

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Ao final deste curso, você será capaz de descrever o que é saúde mental e qual sua relação com o trabalho, entender por que ela se tornou a maior preocupação do brasileiro, diferenciar emoções, sentimentos e transtornos, conhecer as oito áreas estratégicas da relação com o trabalho e sua relação com a saúde mental, compreender o que é o estigma em saúde mental, seus impactos e como combatê-lo, conscientizar-se sobre a importância do diálogo de saúde mental, encorajar-se e equipar-se para agir quando vivenciar ou testemunhar uma questão de saúde mental no trabalho.

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Painéis da Semana Mundial de Conscientização da Burnout

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Carol Milters

Escritora, Investigadora & Facilitadora
Saúde Mental no Trabalho, Síndrome de Burnout, Workaholismo & Escrita Reflexiva


Autora dos livros, "Minhas Páginas Matinais: Crônicas da Síndrome de Burnout" e Um Passo Por Dia: Meditações para (re)começar, sempre que preciso idealizadora da Semana Mundial de Conscientização da Burnout e do grupo de apoio online Burnoutados Anônimos.

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