Neste artigo, você fica sabendo sobre os principais sintomas da síndrome de Burnout e tem acesso a uma autoavaliação que mensura seus níveis atuais de estresse.
Importante: Este teste não serve como diagnóstico. O diagnóstico deve ser realizado por um profissional de saúde qualificado (clínico, psicólogo ou psiquiatra). Mas a autoavaliação pode te informar a respeito do seu nível de estresse crônico e quais pontos levantar em uma consulta médica/psicológica.
O que é a síndrome de Burnout?
A síndrome de Burnout é um conjunto de sintomas e complicações decorrentes do estresse crônico, que levam a um colapso físico e emocional. A OMS (Organização Mundial de Saúde) classifica a Burnout como síndrome, pois ela se manifesta através de uma pluralidade de sintomas, físicos e mentais, que são ativados simultaneamente.
O termo e a definição clínica da Síndrome de Burnout foram desenvolvidos pelo psicanalista alemão Herbert Freudenberger. Ele observou em si mesmo, e em muitos de seus pacientes, traços comuns de fadiga extrema e frustração que os levavam a um ponto de esgotamento por um longo tempo.
Além da exaustão, quem sofre com a Burnout tende a apresentar sensações de cinismo e falta de eficácia, além de sintomas físicos, como insônia, susceptibilidade aumentada para infecções, doenças e dores em geral.
Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR), estima-se que 1/3 da força de trabalho brasileira sofra os malefícios do estresse crônico.
Quais os sintomas da síndrome de Burnout?
Há muito conteúdo online e uma literatura extensa em como determinar se você está passando pela Burnout e em qual estágio você se encontra – do estresse ocasional à exaustão e ao colapso completo (que te incapacita das coisas mais simples, como tomar banho e se vestir).
Diferentes pesquisadores desenvolveram metodologias de identificação de sintomas e estágios da síndrome. O ponto de convergência entre os diferentes estudos é que a Burnout é menos uma crise que surge da noite pro dia e mais uma acumulação de estresse mal resolvido, que pode chegar ao ponto de você não conseguir sair da cama.
Pra te dar uma ideia dos sintomas, dê uma olhada nesta lista baseada no inventário da especialista em burnout, Christina Maslach, e da doutora em psicologia, Sherrie Bourg Carter. Quanto mais você se identificar com os sintomas descritos na lista, maior a chance de que você esteja passando pela (ou com risco elevado de desenvolver) Burnout:
1. Exaustão mental & física
• Fadiga crônica (falta de energia, dificuldade em sair da cama);
• Insônia;
• Cognição prejudicada (dificuldade de atenção e concentração, esquecimento);
• Sintomas físicos (dor no peito, respiração acelerada, tonturas);
• Ansiedade (em casos mais graves, ataques de pânico);
• Depressão;
• Raiva.
2. Cinismo e despersonalização
• Perda de ânimo;
• Pessimismo (alerta se você normalmente é otimista);
• Isolamento e resistência em socializar;
• Distanciamento e esquiva (sentindo-se desconectado das pessoas e do ambiente à sua volta);
3. Eficácia prejudicada
• Apatia, impotência e falta de esperança (sentir que nada está dando certo, que não vale a pena se esforça ou que você não faz nenhuma diferença);
• Produtividade reduzida (conseguir fazer muito pouco, ou nada; levar muito mais tempo do que o normal para fazer atividades rotineiras);
• Irritabilidade aumentada (que surge da decepção pela produtividade reduzida);
• Performance piorada (começar a cometer erros e não conseguir realizar coisas que costumavam ser fáceis pra você).
Sobre a autoavaliação: teste da síndrome de Burnout
No final desta página ou através deste link, você acessa uma autoavaliação dos seus níveis de estresse. Ela foi desenvolvida com base no Maslach Inventory, utilizado no campo acadêmico, nas conceituações do psicanalista Herbert Freudenberger, inferências de outras pesquisas e experiência pessoal.
É fundamental que você sinta-se à vontade para responder o teste com total franqueza e transparência.
A autoavaliação é dividida em sete dimensões:
- Sua saúde
- Suas expectativas
- Seu senso de identidade
- Sua eficácia
- Seus relacionamentos
- Seu humor
- Seu propósito
Quem sou eu pra falar da síndrome de Burnout?
Caso esta seja sua primeira vez neste site, seja bem-vinde.
Este artigo, a autoavaliação e todo o conteúdo que você encontra por aqui foi escrito por mim, Carol Milters.
Eu sou escritora e investigadora da síndrome de Burnout, workaholismo e cultura da saúde mental no trabalho. Escrevi o livro “Minhas Páginas Matinais: Crônicas da Síndrome de Burnout”, e sou idealizadora da 1ª Semana Mundial de Conscientização da Burnout e do grupo de apoio online Burnoutados Anônimos.
Nos últimos anos, tenho colaborado com organizações e indivíduos, já tendo participado de reportagens especializadas sobre a síndrome de Burnout na CNN, Record News, revista Você S/A e G1.
E acima e além disso tudo, eu vivi a Burnout.
Ela me arremessou do mercado de trabalho por mais de 3 anos e me deixou física, mental e financeiramente vulnerável.
E é por ter passado por afastamentos, por ter sido desligada das duas empresas onde eu adoeci, no Brasil e aqui na Holanda, e por saber que esse sofrimento é muito mais comum do que se imagina, que eu dedico meu tempo e energia a ampliar a conscientização da síndrome de Burnout.
Me siga nas redes sociais:
Mais de 15 mil pessoas já preencheram esta autoavaliação.
A pontuação média entre 2020 e 2023 o momento é de 92,5 – uma faixa bastante preocupante, porém compreensível, já que a maior parte das pessoas que busca a autoavaliação já teme estar com alto nível de estresse.
De acordo com as suas respostas, o teste gera um score final. Os resultados possíveis são:
Faça o teste
Realize o teste de níveis de estresse no abaixo ou clicando neste link.
Não esqueça:
Este instrumento não substitui uma avaliação médica ou psicológica. Ele pode, contudo, provocar reflexões importantes a respeito do seu estado atual que podem informar seu tratamento e diagnóstico.
Minha pontuação está alta: e agora?
1. Procure um profissional de saúde
Caso você esteja apresentando sintomas de esgotamento, procure a ajuda de um profissional de saúde e relate seu caso. Um psicólogo ou psiquiatra pode realizar a avaliação adequada e encaminhá-lo para o tratamento adequado para o seu caso.
2. Dê uma pausa no trabalho conforme for possível para você
Quando o corpo pede uma pausa, é essencial que afastar-se de alguma forma da fonte de estresse. Você pode solicitar um afastamento por saúde, conversar com o seu gestor ou adequar sua agenda para que você tenha um tempo para se recuperar, descansar sem culpa e reconectar-se às outras áreas da sua vida que não são o trabalho.
3. Faça ajustes na sua relação com o trabalho
Se você chegou a um ponto de esgotamento ou sobrecarga, é imprescindível que haja alguma modificação na forma como você trabalha hoje. É difícil, mas é fundamental pela sua saúde mental e física (a sobrecarga de trabalho mata mais de 700 mil pessoas por ano por derrame e doenças cardíacas, de acordo com estudo da Organização Internacional do Trabalho). Avalie as fontes de maior estresse e negocie reduzi-las, consigo mesmo ou com seus gestores e equipes.
4. Fortaleça sua rede de apoio
Uma das maiores fontes de sofrimento em quem está sofrendo ou em risco de colapsar pela síndrome de Burnout é a solidão. É essencial que você avalie com quem você tem passado seu tempo, que você cultive tempo de qualidade para estar com quem te entende, te acolhe e te faz bem. Para quem já está em tratamento, temos um grupo de apoio gratuito e sem fins comerciais chamado Burnoutados Anônimos. As inscrições estão sempre abertas e nos encontramos 1x ao mês no Zoom.
Comece a entender o seu estresse
Um curso online de introdução ao estresse para que você comece a cultivar bem-estar e saúde mental no trabalho. Saiba como o estresse se manifesta no corpo, suas consequências, os sintomas mais frequentes e como manejá-lo com eficácia.
O estresse é um mecanismo natural do qual todos precisamos para sobreviver. No entanto, viver sob alto estresse dia após dia pode causar sérios riscos à saúde de todos nós.
Segundo dados da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), 72% dos brasileiros sofrem sequelas negativas do estresse, que geram reações físicas (dores musculares, hipertensão) e emocionais (ansiedade, raiva). Desses, 32% já estão em nível de esgotamento profissional (burnout).
Ao final deste curso, você será capaz de:
- Compreender como o estresse se manifesta no seu corpo e como gerenciá-lo com eficácia
- Conhecer estratégias de manejo para os sintomas mais frequentes relatados pelos mais de 10 mil respondentes da autoavaliação em carolmilters.com/teste
- Reconhecer seus estressores e dispor de ferramentas para lidar com eles
- Dispor de recursos básicos de reconhecer e prevenir o estresse crônico e a síndrome de burnout
- Começar a discernir o que é seu e o que é do ambiente e começar a buscar clareza para promover mudanças internas e externas
Entendendo seu Estresse é organizado e apresentado por Carol Milters (escritora, palestrante & consultora de saúde mental na relação com o trabalho, com enfoque em síndrome de Burnout e workaholismo) e Cibele Castro (médica, pós-graduanda em acupuntura e medicina chinesa, slow life coach com ênfase em manejo de estresse e especialista em meditação em saúde pelo Unifesp).
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Este post tem 9 comentários
Excelente conteúdo. Bem esclarecedor. E o teste nos dá um norte. Precisamos refletir o que é mais valioso para nós. Ganhar menos e ter qualidade de vida ou ganhar muito e e gastar tudo com a saúde.
Muito obrigada por todo esclarecimento, informações que beneficiarão minha vida!
Gabi
Obrigada pelas informações.
Muito valiosas. Mas é impossível ter saúde mental no meu trabalho. Lá é um lugar podre, covarde, nojento…estou lá pq preciso…Mas vivo a base de remédios
Patrícia, mesmo presa e este trabalho, invista em outras alternativas. Uma hora chega nova oportunidade;
Muito apoveitoso
Extremamente grato pelas informações
Obrigada por seu comentário!
Grato pelas informações!