Passar dez dias sem redes sociais não doeu nem um pouco.
Durante boa parte do tempo, eu nem lembrava que esses aplicativos existiam.
O que doeu foram os dez dias sem escrever.
Deixei o laptop em casa, e é diferente escrever no teclado minúsculo do telefone e ter um lugar mais apropriado pra digitar na velocidade em que as ideias chegam aos dedos.
Fiz inúmeras anotações, levei caderninho… mas não escrevi mais do que um ou dois parágrafos.
Isso, sim, fez falta.
Mais do que qualquer coisa, esse espaço aqui me permite uma regularidade na conexão com a escrita.
É um estúdio aberto a visitantes, onde eu pratico, melhoro, desabafo e vou encontrando sentido.
Se você está aqui, não importa há quanto tempo, eu te agradeço por isso.
Passar dez dias sem redes sociais me lembrou do que é realmente essencial no meu uso delas.
Me lembrou que eu não preciso acessá-las todos os dias, que eu não preciso conformar com regras de algoritmo ou boas práticas.
Que a palavra escrita e a troca com quem comenta e conversa comigo no privado ainda é o mais importante.
Em um mundo onde tudo parece possível, rápido, acessível, aprendível, a gente se vê sobrecarregado de aparentes oportunidades.
E isso gera uma angústia imensa.
Porque não existem horas no dia ou energia no nosso corpo o suficiente pra dar conta de tudo.
Eu sou uma otimista nata.
Alegre, entusiasmada.
Mas eu preciso te dizer: cuidado com discurso excessivamente positivo.
Se eu consegui sorrir pra foto aí em cima, foi de orgulho de ter superado os perrengues que vieram antes dela.
Nos meus momentos de entusiasmo, a energia que eu uso foi gerada, muitas vezes, em dias e dias deitada, em crises existenciais importantíssimas.
Passar dez dias sem redes sociais não doeu nem um pouco.
Ao contrário: me lembrou que somos mais do que o que a gente mostra aqui.
Somos dor e delícia.
Tempestade e dias ensolarados.
Eu sempre fiz e continuarei fazendo questão de demonstrar isso como posso, te mostrando que tudo bem não dar conta o tempo todo, e compartilhando um jeito um pouco mais gentil de viver a vida.
Espero que continue fazendo sentido pra você.
Mas se não fizer, tudo bem.
Com amor,
Carol Miltersteiner 💛